Pensar o rural
Há um século atrás, o modo de vida de uma grande parte da população portuguesa assentava na direta exploração da terra: um sistema agro-silvo-pastoril, alicerçado em pequenas comunidades que habitavam aldeias dispersas. A sua existência mantinha, sobretudo nas serras do centro e norte de Portugal, parcelas cultivadas no limite das capacidades produtivas do solo e da disponibilidade hídrica, e ainda do esforço de trabalho das famílias, laborando todos, mesmo as crianças, para tentar sobreviver daquilo que geravam em toda a roda do ano. O crescimento de ervas e matos era controlado pelo pastoreio e pelas roças regulares, que forneciam o material para lastrar os currais e serviam, depois de curtidos, para fertilizar os terrenos cansados. As queimas e queimadas devolviam as cinzas, que revitalizavam os pastos e faziam nascer uma erva mais pujante, logo após as primeiras chuvas. As matas eram cuidadas com desvelo. Limpezas e pequenos cortes davam lenha para fornos e lareiras. Serviam também como pé-de-meia: abatiam-se árvores numa necessidade, para uso próprio ou para receber dinheiro pela venda. Neste mosaico sem desperdício, todo o pouco se aproveitava. Numa herança que vinha de antanho, as paisagens perpetuavam-se, visual e funcionalmente, com inexpressivas mudanças.
Elementos das paisagens serranas que resultaram do histórico labor coletivo são ainda percetíveis nas paisagens atuais. Por exemplo, no Douro vinhateiro, em Sistelo (Arcos de Valdevez) e em muitas outras áreas declivosas, pontuam as vertentes em anfiteatro, terraços suportados por muros de pedra, indispensáveis para segurar uns metros cúbicos de solo, onde se pôde e pode plantar sustento. O que resta é mantido por comunidades que sofrem de êxodo continuado e envelhecimento ou, por incapacidade e desinteresse, é deixado ao abandono. Noutros casos, estes são integrados em reconfigurações e novas dinâmicas, que passam pela substituição de culturas e práticas, ou a valorização turística. Com sucesso, vende-se natureza—ar livre, lazer e desporto, contacto com elementos naturais, produtos da terra, vida selvagem—, a par de memórias desenterradas da “reserva de valores” que o Estado Novo clamava ser a identidade rural: história, tradição, trabalho e religião.(1)
Abordagens sociais, culturais, políticas e económicas da ruralidade em Portugal têm crescido com contributos de vários investigadores, que desenterraram documentação das últimas décadas, ou aprofundaram a história local a partir de testemunhos orais. A título de exemplo menciona-se o trabalho de Nicole Devy-Vareta sobre a serra da Cabreira, as obras de Fernando Oliveira Baptista e Joaquim Pais de Brito, O Portugal Chão e o Mundo Rural.(2) Também este texto tratará do rural, e de um conjunto de ideias sobre Portugal e as suas paisagens, desenvolvendo um olhar crítico sobre o elogio nostálgico. Tentará mostrar como a ideia de passado sustentável, que hoje se encontra em alguns projetos da História, pode configurar um enviesamento narrativo e um uso inapropriado do conceito de sustentabilidade. Que sustentabilidade, quando o referencial compreende a fome, a pobreza, a falta de acesso à saúde e à educação, a desigualdade e a discriminação?(3)
As paisagens literárias do século XX revelam-se, para este propósito, um extraordinário material de reflexão. Elas compreendem aspetos biofísicos, sociais e políticos da história da ruralidade. O projeto LITESCAPE Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental reuniu mais de 7000 excertos, que são disso testemunho.(4) Com recurso à base de dados deste projeto, usando textos assinados por escritores portugueses, foi possível encetar uma viagem na literatura, no território nacional e nas condições de vida das populações rurais.
Aprender com as paisagens literárias
“Bucolismo campestre, entorse à realidade” são expressões que se referem à produção literária de Júlio Dinis sobre o Minho, autor acusado de desconhecer o meio rural, e por aí ter passado apenas “como gato sobre brasas”(5). O médico do Porto, pena na mão, terá reproduzido o idílio clássico, qual Écloga de Vergílio recuperada na Renascença e teorizada com a Modernidade: uma dicotomia entre uma cidade enfermiça e um campo salutar e regenerador. As primeiras edições de As Pupilas do Sr. Reitor (1866), A Morgadinha do Canaviais (1868) e Serões da Província (1870) encontram-se no tempo com A Felicidade pela Agricultura (1849), de Feliciano de Castilho, e na sua visão poética dos campos, regida pela ordem, pela paz e pelo equilíbrio, lugares sem pecado: “[n]ão é senão no seio da Natureza imutável, universal e inexaurível, que os homens podem encontrar novamente a convivência de ideias, e a fraternidade, a que os leva o seu instinto, tanto como a sua razão.”(6)
Eça de Queiroz pegou na mesma dicotomia, embora de modo diverso. Em A Cidade e as Serras, Jacinto é o homem da cidade que se melhora, física e moralmente, com a convivência quotidiana com Zé Fernandes, o homem do campo, e no êxtase que lhe provoca o cenário campestre. Em Correspondência de Fradique Mendes, à personagem estrangeirada, Lisboa interessava enquanto “paisagem”, termo usado para exprimir dimensões estéticas que, na sua visão, estavam num plano distinto da “atmosfera intelectual”. Sempre que visitava o país, Fradique procurava o pitoresco. Percorria “a província, lentamente, a cavalo—com demoras em vilas decrépitas que o encantavam, infindáveis cavaqueiras à lareira dos campos, fraternizações ruidosas nos adros e nas tabernas, idas festivas a romarias de carros de bois, no vetusto e venerável carro sabino, toldado de chita, enfeitado de louro”.(7)
Aquilino Ribeiro começa a publicar duas décadas depois, dedicando parte da sua obra a descrever as “Terras do Demo” (Beira Alta, Viseu). Disse-se “mais cronista que carpinteiro de romance”(8) e “mais que tudo um anotador. Sou o espetador ávido de ver”(9). Talvez por isso, a sua representação não tenha convocado o pitoresco rural nem a personagem fantasiada, mas sim o “bárbaro, instintivo, soez, mau e degradado por séculos de servitude ao fidalgo e ao padre”.(10) Na missão de revelar uma realidade enublada na mente das elites citadinas onde ele já conquistara um lugar, fez um detalhado retrato da paisagem rural, entretecendo o natural e o social, exibindo as relações de poder, domínio e desigualdade, e assim desafiando o plano cultural do SNP (Secretariado Nacional de Propaganda). Para este organismo, como para o subsequente SNI (Secretariado Nacional de Informação), “o necessário, o verdadeiramente belo, seria transformar Portugal rústico numa constante exposição viva de arte popular”.(11)
Na obra aquiliniana, a paisagem povoa-se de rochas, veios de água, árvores e aves, tanto como de tensões, carências e dissensões. Manda a aspereza e a heterogeneidade mineral do granito, aplicada às ligações que se estabelecem no (e com) o meio natural, dentro das famílias, entre as famílias, entre a comunidade e as autoridades locais e nacionais. Sobreviver domina o enredo. Porque arde extensamente a serra dos Milagres, no romance Quando os lobos uivam (1958)? Teotónio Louvadeus é um serrano costeado pelas dificuldades, um pai que vê partir o seu filho para a emigração e regressar sem sucesso, um avô que ajuda a criar os netos, para que a fome não venha bater-lhes à porta. É resistente e lutador, sem ser revolucionário. Despojado do sonho de construir uma casa de família na serra depois da submissão de baldios à arborização dos Serviços Florestais, imposta contra o comunitário sustento de pastos e lenhas, tendo o filho na prisão por protestar publicamente, e a neta e a nora atraídas pela cidade, o solitário Louvadeus segue pelas veredas da montanha numa noite de vento e, à socapa, incendeia as plantações estabelecidas no perímetro florestal.
Também Ferreira de Castro escreve sobre um fogo-posto. Uma encomenda dos donos de rebanhos, à procura de pastos mais rentáveis na orla dos antigos baldios arborizados pelo Estado? Ou um intento de trabalhadores em protesto, politizados e reinvindicativos, instigados pelos movimentos de grevistas das fábricas de lanifícios da Covilhã? O conflito está latente e exibe-se numa noite de incêndio.(12) As condições de vida são precárias. Nas casas dos pobres, sentem-se as inclemências do Inverno tal como estas se fazem sentir no monte desabrigado: “Júlia acendeu a luz e berrou-lhes que se calassem. Em seguida, ergueu-se e colocou sobre os filhos quanto trapo havia em casa. Mas ela via bem que aquilo não chegava. Ela própria tremia de frio.”(13)
Ao retratar a região transmontana onde nasceu e viveu a infância, Miguel Torga deixou-nos o mesmo realismo social. O vento é uma metáfora usada para descrever as condições de vida das populações e de outros seres da montanha: “corre por estes montes um vento de miséria que não deixa florir as urzes, nem pastar os rebanhos”; “punha-se o nariz de fora da porta, e as espadanadas do ribeiro eram lágrimas de gelo a trespassar-nos. Mas que remédio senão levar o gado à serra, a pastar o sincelo!”(14) Também no prefácio da 4ª edição do Contos da Montanha (1968), o escritor clarifica as condições sociais e políticas das suas histórias e as quatro décadas de opressão que desfiguraram as paisagens e as suas gentes. Refere-se ao período de 1926 em diante, quando a Primeira República foi derrubada pela Ditadura Militar e, depois de 1933, pelo regime dirigido por Oliveira Salazar.
O Estado Novo estava empenhado numa fixação da identidade nacional associada a um rural sadio e feliz, mas esta visão idílica tinha pouca Literatura. Para a comemoração do centenário da fundação da nacionalidade, Carlos Queiroz identificou Portugal como um país rural, e valorizou o trabalho no campo e as suas belas paisagens agrícolas. Os traços morfológicos de Portugal foram considerados “o fulcro e a seiva da sua história nacional”. Ao contrário do que se lê em Aquilino, Ferreira de Castro, Torga e outros que lhe sucederam, a paisagem é reduzida a clichés e generalizações, justificativos de brandos costumes. Retrata-se um povo rústico e resignado, vivendo insuficiências, que sente, mas não compreende:
a nossa paisagem é cheia de alma, é uma paisagem maternal e poética”; “casas de habitação com mais poesia do que arquitetura; arte popular ainda pura, ainda isenta de técnica. O povo rústico trabalha, calmo e discreto, quasi infantil (…). Se não canta, cisma. Mas é ainda mais ingénuo quando cisma do que quando expande o que sente ou tenta exprimir o que pensa.(15)
Antunes de Paiva, romance e escritor sem assento na consagrada Literatura Portuguesa escreve sobre a aldeia de Monsanto, logo depois da aldeia receber o prémio “A aldeia mais portuguesa de Portugal”. Refere-se à “boa gente afadigada, mas sempre contente”, como “são belas as moças do campo que, desde o nascer ao pôr-do-sol, trabalham a terra com amor e ganham o pão de cada dia”. No que se refere às condições de habitação, descreve “casinhas pobres, mas limpas e arejadas”.(16) Não menciona a fome, a doença ou a exploração no trabalho, em notório contraste com o que, sobre o mesmo período e a mesma geografia, nos deixou Fernando Namora. O escritor exerceu medicina em Monsanto e nas vizinhas aldeias do planalto de Idanha (Castelo Branco), visitando enfermos e presenciando as suas terríveis condições de alimentação, habitação e salubridade:
Deu-lhe um pão de vários quilos de peso. Rijo e embolorado. O homem raspou meticulosamente o bolor, abriu o pão ao meio, tornou a esfarelar os ninhos verdes e comeu, com vagares. A mulher deu-lhe ainda azeitonas, carregadas de sal. Depois ele despejou nas goelas uma bilha de água. Eu já sabia que aquele povo subalimentado iludia o estômago com litradas de água e pilhas de verdura, às vezes ervas do campo, numa sede provocada pelo sal dos alimentos. E assim, entulhando-o, calava aquela ânsia de plenitude”(17); “os camponeses trabalhavam como os malditos, e como os malditos morriam de peste e de fome(18); “[e]m algumas casas fui encontrar dois ou três corpos estendidos sobre esteiras, alinhados, gemebundos, como se estivessem ali apenas à espera que alguém os lançasse numa vala […] Serão casas?, perguntareis. Dizem que sim. Pelo menos, vivem lá homens. E anseios e desilusões e doenças […] esses ventres escavados, esses rostos onde a febre já nada mais tinha para devorar do que a ansiedade ardente dos olhos.(19)
Na década de 1940, a corrente neorrealista, que este escritor ajudou a fundar, constitui-se como depoimento, testemunho e denúncia.(20) A exploração no trabalho, o analfabetismo e a repressão são temas recorrentes. Também Alves Redol retratou o campesinato, a viver condições injustas e desiguais: “[n]a Requeixada fazia-se fanga a sete (…) [b]em vistas as coisas, o meu pai e outros tinham de trabalhar para o senhor Soromenho passear na Golegã e ainda para outro senhor gastar em Lisboa”.(21) Manuel da Fonseca, por seu lado, reproduziu um diálogo entre a mulher e a sogra do Palma, marcando a fronteira entre os lavradores e trabalhadores agrícolas: “—Uns tão ricos e outros sem nada… Até devia haver uma lei contra isto. —Haver o quê?!… Estás parva. Pois se os ricos é que fazem as leis!”(22)
Compreender a insustentabilidade
A leitura atenta das obras de escritores consagrados do século XX mostra uma realidade rural, socioeconómica e política que se afasta da narrativa rural idílica, de raízes clássicas, recuperada pelo romantismo, e instrumentalizada pelo Estado Novo. E todavia, não sofrendo com a erosão do tempo, esta ideia do país e das suas paisagens persiste no pensamento atual. O elogio do “antigamente” constrói um passado rural que ignora dimensões cruciais. Desenha realidades entre o estético e o convivial estilizado (eg. a feira, a romaria e o bailarico), esquecendo o analfabetismo, o trabalho infantil e de sol-a-sol, a carência nutricional e tantas outras situações. Entre elas, a emigração, enquanto fuga à pobreza em todas as suas dimensões, e “as relações entre o ‘poder central’ e os ‘poderes periféricos’ do Estado e os diferentes interesses implicados (..), assim como (…) o exercício da repressão policial durante o último vinténio da ditadura”.(23)
A reflexão atual sobre a degradação ambiental e a perda de biodiversidade também tem alimentado a ideia de um passado menos contaminado e saudável, com paisagens mais verdes e mais preenchidas, e também mais variadas do que as que se observam no presente. Reconhece-se uma prática continuada em que as alteramos “sem tempo de sedimentação suficiente para que as más soluções sejam eliminadas antes de se reproduzirem e afetarem largas extensões”.(24) Fala-se de sustentabilidade ambiental, e assume-se que o passado pode dar lições para enfrentar as necessidades atuais.(25)
Numa paisagem rural em transformação, crescem agora projetos de regresso à produção de variedades locais, ao comércio local, a menores consumos, e a um sentido de comunidade. A qualidade de vida parece querer nascer nesse campo novo, onde novos rurais encontram melhor saúde, educação e espaços de lazer. Desenvolvem-se ainda ideias para uma urgente renaturalização (ou restauro ecológico), em áreas em que o campo humanizado se vislumbra perdido, e em que a vida selvagem e os seus habitats podem agora prosperar. Sequestradores de carbono, podem ainda mitigar os efeitos das alterações climáticas. Pastores e agricultores são atores secundários ou estão mesmo excluídos deste rewilding.
A sustentabilidade, tal como se define atualmente, não é apenas económica, nem ambiental. O conceito encerra um projeto político que, para se concretizar, não pode dispensar nem subestimar a dimensão social. Definiu-se “sustentabilidade justa” como “a necessidade de garantir uma melhor qualidade de vida para todos, agora e no futuro, de uma forma justa e equitativa, vivendo ao mesmo tempo dentro dos limites dos ecossistemas”.(26) Alertou-se para o facto de “a sustentabilidade e a justiça social continuarem a ser difíceis de alcançar, apesar de se ter tornado cada vez mais claro que uma é inatingível sem a outra”.(27) Entre metas cumpridas e incumpridas, os objetivos definidos estão longe de ser atingidos.(28)
Muitos dos escritores das paisagens literárias do século XX partilharam uma infância rural e uma vida adulta em contacto com o campo e os residentes locais, e isso deu-lhes uma experiência respeitável na hora de retratar a região ou o país. De uma certa maneira, as suas obras são autobiográficas ou etnográficas, por resultarem de conhecimento adquirido em contato com as populações e os territórios em que estiveram integrados. Não usaram conceitos que só recentemente chegaram à linguagem de todos os dias—como sustentabilidade—, nem descreveram uma realidade suportável, equitativa e viável.
Aos leitores que se maravilham com retrato histórico do campo e do trabalho agrícola, aos historiadores que observam elementos do passado rural com igual deslumbramento e a todos os que influenciam uma política para o território, esta prosa poderá relembrar que a nostalgia cega, e que a (in)sustentabilidade do passado, não servirá como futuro.
(Ana Isabel Queiroz)
Instituto de História Contemporânea,
In2Past, NOVA FCSH.
(1)
Martha, C. e A. S. Muller. “Evocação de Monsanto.” Monsanto. Lisboa: SNI, 1947, pp.5‑42.
(2)
Devy-Vareta, N., A floresta no espaço e no tempo em Portugal: a arborização da Serra da Cabreira 1919-1975. Dissertação de doutoramento. FCUP, 1993; Baptista, F.O., A Política Agrária do Estado Novo. Lisboa: Afrontamento; 1993; Baptista, F.O., Agriculturas e territórios. Oeiras: Celta, 2001; Brito, J.P. e outros (coord.) O voo do arado. Lisboa: Museu Nacional de Etnologia,1996; Portela, J. e J. Castro Caldas (org.) Portugal Chão. Oeiras: Celta, 2003; Freire, D., Fonseca, I. e P.Godinho (org.) Mundo Rural. Transformação e Resistência na Península Ibérica (século XX). Lisboa: Colibri, 2004.
(3)
Este artigo não pretende criticar projetos de investigação em História em que o termo “sustentabilidade” esteja a ser utilizado, mas tão só forçar uma reflexão holística sobre o Passado; a autora deste texto coordenou, aliás, uma linha de investigação no Instituto de História Contemporânea (IHC, NOVA FCSH), entre 2019 e 2022, designada “Mundos Precários e Sustentabilidade”, onde uma história contemporânea da pobreza e da fome exibiu, marcadamente, desigualdades e injustiças sociais [Queiroz, A.I., Direito, B., da Silva, H. e Pinto, L.C. (coord.), Pobreza e Fome, uma história contemporânea. Temas, metodologias e estudos de caso. Lisboa: Imprensa de História Contemporânea, 2022].
(4)
LITESCAPE—Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental, https://litescape.ielt.fcsh.unl.pt/
(5)
Ribeiro, A., Arcas Encoiradas. Lisboa: Bertrand Editora, 1962, pp.82-85.
(6)
Castilho, F., A Felicidade pela Agricultura. Odivelas: Europeu, 1987, p.35.
(7)
Queiroz, E. A Correspondência de Fradique Mendes (notas e memórias). Porto: Livraria Chardon, 1900, pp.84-85.
(8)
Arcas Encoiradas, p.7
(9)
Ribeiro, A. Carta a Carlos Malheiro Dias, in Terras do Demo. Lisboa: Circulo dos Leitores e Bertrand Editora, 1985, pp.6-7; Caldeira, A. e Andringa, D., Em defesa de Aquilino Ribeiro. Lisboa: Terramar, 1994, p.101.
(10)
Ribeiro, A., Abóboras no Telhado. Lisboa: Bertrand Editora, 1963, p.78.
(11)
SNP, Regulamento do Concurso “A aldeia mais portuguesa de Portugal”, publicado no Diário da Manhã, de 08/02/1938.
(12)
Castro, J.F., A Lã e a Neve. Lisboa, Guimarães & Cª, 1955, pp.72-100.
(13)
A Lã e a Neve, p.236.
(14)
Torga, M., Prefácio da 2ª edição de Novos Contos da Montanha, e Maio Moço, in Contos. Lisboa: Dom Quixote, 2001, p.457 e p.244.
(15)
Queiroz, C., Paisagens, in Santos, L.R. e C. Queiroz, Paisagem e Monumentos de Portugal. Lisboa: Secretariado Nacional Informação, 1940, p. 8.
(16)
Paiva, A., Monsanto, terra de sonho. Lisboa: Parceria A.M. Pereira, 1944, pp.15-16.
(17)
Namora, F., História de um parto, in Retalhos da Vida de um Médico, 1ª série, pp.25-26. Lisboa: Bertrand, 1979.
(18)
Namora, F., A Noite e a Madrugada. Lisboa: Bertrand, 1978, p. 21.
(19)
Namora, F., Apenas uma laranja, in Retalhos da Vida de um Médico, 2ª série, pp. 335-336. Lisboa: Bertrand, 1980.
(20)
Namora, F., Esboço Histórico do Neo‑Realismo. Memórias VIII (1961), pp. 3-14.
(21)
“fanga a sete” significa que o dono da terra recebe sete partes na colheita, ao passo que o trabalhador só tem uma parte; Redol, A., A Fanga. Lisboa: Caminho, 1995, p.16 e p. 82.
(22)
Fonseca, M., Seara de Vento. Lisboa: Forja, 1980, p.63.
(23)
Silva, M. N., O auxílio à emigração irregular para França e a figura do intermediário no interior rural português (1957-1974). Tese de Doutoramento em História Contemporânea, NOVA—FCSH, 2022.
(24)
Pereira dos Santos, Henrique. Do tempo e da paisagem. Manual para a leitura de paisagens, 65. Cascais: Principia, 2010.
(25)
Não se discutirá aqui para que serve a História (Curto, D.R., Para que serve a História? Lisboa: Tinta da China, 2013) nem qual a diferença entre aprender com o passado e usar a História como mestra (Lübken, U., Historia Magistra Vitae. Why societies do not necessarily learn from past disasters, in H. Egner, M. Schorch, M. Voss (eds.), Learning and Calamities. Practices, Interpretations, Patterns. New York: Routledge, 2014, pp.112‑122.
(26)
Agyeman J., Bullard, R.B. e Bob Evans, “Introduction: Joined-Up Thinking: Bringing Together Sustainability, Environmental Justice and Equity,” in Julian Agyeman, Robert Doyle Bullard, and Bob Evans (ed.) Just Sustainabilities: Development in an Unequal World. Cambridge, MA: MIT Press, 2003, p.3.
(27)
Sze, Julie (ed.) Sustainability: Approaches to Environmental Justice and Social Power. New York: New York University Press, 2018, p.2.
(28)
The Sustainable Development Goals Report 2023: Special Edition. https://unstats.un.org/sdgs/report/2023